quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Stranger than fiction

Você já teve a sensação de não estar vivendo, mas seguindo um roteiro? Eu já tive... Na verdade, essa é uma "nóia" que me acompanha há pelo menos uns...uns...15 anos eu acho... Mas ultimamente tem sido mais frequente a impressão de estar sendo, sei lá, dirigida. Consigo pensar rapidamente em pelo menos 3 ocasiões que poderiam ser narradas (com todos os detalhes descritivos) em um livro ou virar cena de filme - com posição da luz, das pessoas, intervenções de personagens secundários e até trilha sonora. Mas não só isso... algumas situações típicas de ficção me deixam mto intrigadas. Aqueles problemas que parecem que só serão resolvidos "no último capítulo", as pessoas que entram na história no meio e têm ligação com todos os personagens (o Warley é muito um personagem desse tipo), enfim...
Sempre achei que essa maneira de encarar as coisas fosse fruto da minha cabeça ficcionista (eu sempre gostei de criar as minhas historinhas na infância e há alguns anos venho tentando escrever ficção com alguma qualidade), mas hoje, no cinema, comecei a pensar que pode ser algo além............
No medio do tedioso feriado, eu e a Lívia tentamos ir ao HSBC Belas Artes para assistir Miss Sunshine. Como a sessão tava lotada, fomos parar no Frei Caneca, na sala de Mais estranho que a ficção. Eu não tinha idéia do tema do filme e, como a Livia queria MESMO ir ao cine, achei melhor não discutir e simplesmente aceitar qqr coisa. Me dei bem! O tal do filme é muito interessante, leve e te faz sair do cinema pensando - sem ficar deprimida.
Antes que alguém comece a reclamar, não tem nada a ver com destino, nem reality show, nem nada que eu já tenha visto em Holywood. Trata-se de um filme bem maluco, daqueles que podem ser interessantes ou muito idiotas, engraçados ou irritantes. Mas que é maluco é. O Will Ferrel (do Saturday Night Live) é um cara chato e "ordinary", na verdade, pior q isso. É praticamente um maniaco solitário e sem vida que trabalha como fiscal da receita federal, é muito bom em matemática e conta TUDO. Um belo dia, da maneira mais estranha possivel, ele percebe q sua vida está sendo narrada - enquanto, nos, espectadores, conhecemos uma escritora maniaca-depressiva que nao consegue terminar o livro. A historia que poderia ser uma bomba vai se desenrolando de um jeito tão absurdo que me parece original e, pq nao?, plausível.
Talvez eu tenha gostado tanto pq fui preparada pra não gostar e este meu post tire a graça do filme quando vcs forem ver. Talvez profissionais do ramo e mal-humorados de plantão (todos sabemos quem são os dois, ne?) achem uma grande bobagem. Mas eu gostei. E não só vou passar a prestar ainda mais atenção aos detalhes da vida, como vou escrever mais um capítulo do meu livro...

4 comentários:

Anônimo disse...

Detalhes para os profissionais do ramo e mal-humorados: a direção é bastante original (coisa cada vez mais difícil ultimamente) e o Will Ferrel está magnífico. Sério, virei fã. Ele fez exatamente o tipo de atuação que adoro: contida e emocionante. Nada daqueles exageros de filho único mimado, desesperado por atenção, que o Leonardo di Caprio faz. Aceito tentativas de provar o contrário...

Ale Scaglia disse...

O film é bom DEMAIS! Vi ontem e vou rever logo, pra curtir o filme sem ficar tentando descobrir pra onde ele vai...

Du disse...

Eu odiei muito, até doer a barriga. Brincadeira! É divertido, mas na minha versão ideal a autora escrevia que o personagem descobria que estava num livro, e daí matava ele no livro, sem matar ele na vida, e depois os dois descobriam que estavam no filme. E a Emma Thompson e o Will Ferrel saíam do fundo da platéia.

Anônimo disse...

Eu ainda não vi. Porque o "profissionais do ramo" falou que poderiam existir mil maneira de terminar o filme e ele terminaria diferente.
Mas vou ao cinema e depois comento mais.
Ah, vou tentar ser mais participativa. Não parei nas últimas semanas!!

Beijos